11 de nov. de 2009

Sexualidade da pessoa com síndrome de Down na adolecência

Uma leitura muito interessante ! ... Galera.. espero comentários!.. Quem leu e gostou me dê os pontos positivos ... Se não leu... leia e aproveite! Boa leitura! ...

"Perguntou-se aos pais e profissionais qual a opinião deles a respeito da sexualidade da pessoa com SD. Tanto pais (58,13%) como profissionais (71,83%) afirmaram, considerarem a sexualidade da pessoa com SD semelhante a de outras pessoas. Para 10,84% dos pais e 0,86% dos profissionais a sexualidade da pessoa com SD é inexistente. Poucos (3,68% dos pais e 0,86% dos profissionais) consideraram que a sexualidade existe, porém deve ser reprimida. Em todos os casos relatados, houve diferença significativa entre os grupos de pais e profissionais. Estes resultados sugerem uma maior aceitação, por parte dos profissionais, quanto à condição de ser sexuado para a pessoa com SD.

Nos grupos focais, ao se tratar o tema sexualidade, a masturbação foi uma manifestação bastante citada. Os pais não estão aptos a lidar com ela. A falta de limites resulta em situações consideradas constrangedoras para muitos deles.
Lipp10 (1988) coloca que a freqüência da masturbação para o deficiente mental é vista como um reflexo da falta de atividades, sobretudo prazerosas, para ele realizar. Isto não significa, portanto que eles possuam necessidades sexuais exageradas, mas sim que são restritas outras fontes de prazer e alegria. Além disso, aqueles que são dependentes dificilmente chegarão a ter sexo, podendo a masturbação vir a ser a única forma de expressão sexual. De um modo geral, atitudes que eduquem para a sexualidade são raras. Às vezes, como os próprios pais colocam, não se quer nem falar no assunto.
Para alguns profissionais a vivência da sexualidade vai seguir o padrão que a família adotar. Isso também tem ligação com a religião da família. Gherpelli5 (1995) coloca que as características próprias de uma pessoa com deficiência mental não são os únicos fatores limitantes na vivência da sexualidade. O desenvolvimento psicossexual vai sofrer influência das circunstâncias de vida nas quais ele se encontra.
Enquanto os pais vêem o filho num contexto de infantilização, os profissionais trazem relatos que mostram o quanto as pessoas com SD estão inteiradas dos assuntos de cunho sexual.
"Tenho uma garota que tratei desde os oito meses. Por esses dias ela chegou na clínica, me falou que queria transar, mas que não queria ficar grávida. Eu disse que ela podia tomar pílula. Aí ela perguntou: "E a Aids?" Aí eu disse: "Realmente!". Ela falou que pediu camisinha para o irmão, mas não sabia usar. Perguntou se eu ensinava."

Enquanto os pais mostram grande cautela ao considerar a relação sexual para os filhos, os profissionais se defrontam com situações que indicam que o interesse do filho é maior do que os pais suspeitam. Isso leva a acreditar que os profissionais estão mais preparados para aceitar a pessoa com SD como ser sexual, embora Giamia & D'Allones6 (1984) afirmam que muitas vezes "os educadores projetam sobre os pais os aspectos repressivos que não chegam a perceber neles próprios".

Fonte:http://www.portalensinando.com.br/ensinando/principal/conteudo.asp?id=6363&pag=2

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